A Boca Como Porta de entrada de Microorganismo

Em 1994 o Brasil assistiu a um concurso promovido por um Shopping Center em Santos no litoral paulista em que catorze casais deveriam se submeter a uma maratona beijoqueira cujas jornadas duravam quase dez horas diárias. Essas pessoas que concorriam a um carro zero, estiveram expostas a um alto risco de contágio bacteriano. Mesmo que ainda não se tenha esclarecido o meio de transmissão de bactérias bucais, os beijoqueiros de Santos estiveram expostos a riscos de contágio de uma série de outras doenças.

Qualquer pessoa que já tenha contraído uma simples gripe sabe que beijos, ou qualquer outro tipo de contato físico mais próximo, pode transmitir germes. A enfermidade mais freqüentemente transmitida através de contágio oral é o conjunto de manifestações virais conhecida como herpes “Doença comum em criança, a herpes também aparece de forma aguda em pacientes terminais de AIDS” diz Luiz Pedro Meirelles, médico infectologista do Departamento de Clínica Médica da USP. Há ainda as infecções de pele causadas pela mononucleose, cujo agente é o vírus Epebstein-barr. “Essa doença é típica de fase pediátrica”, observa Meirelles.

Quando se fala em contágio por via oral é importante alertar para os riscos de doenças sexualmente transmissíveis. A sífilis , por exemplo, que é causada pela bactéria Treponema pallidum, é transmitida principalmente por via genital. A literatura médica registra, contudo, que se o portador da sífilis tiver uma lesão bucal ulcerada, ele fatalmente transmitirá a doença a seu parceiro. Entre as doenças fúngicas, a mais frequentemente transmitida pelo beijo é a cândida . Por fim, vêm as doenças “infantis” , ou seja, o sarampo, cujo agente é o Paramyxovirus, a catapora, causada pelo vírus Varicela Zoster, e a rubéola. A prevenção de todas essas doenças se dá através de hábitos adequados de higiene. Evidentemente, uma pessoa portadora dessas infecções deve evitar contatos íntimos por via oral. Nesse caso, evitar o beijo é a melhor solução. 

Diante do medo generalizado de se contrair AIDS , as pessoas perguntam se o beijo transmite AIDS. Segundo os médicos infectologistas não há evidências dessa possibilidade, apesar de o vírus HIV , o agente d AIDS estar presente na saliva dos aidéticos. É preciso ressaltar que cientificamente não existe nenhuma garantia de que esse tipo de contágio não seja verificado no futuro. Por outro lado, o beijo na face é uma manifestação de carinho reconfortante para o aidético. Por isso não deve ser proibido. Do ponto de vista imunológico, a saliva contém enzimas inativadoras de vírus, como anticorpos IgH e a lisozima. “É evidente que o beijo pode transmitir AIDS se na boca de uma pessoa infectada houver uma lesão que acarreta em sangramento.”

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